quinta-feira, 14 de agosto de 2008

A felicidade do Saber

Ontem, tarde da noite aqui no trabalho, entre uma tarefa e outra, olhei para a foto da minha linda, no plano de fundo do meu desktop e naquele mágico sentimento que me conecta instantaneamente ao coração dela e me eleva, senti-me inspirado para escrever uma poesia.
Comecei com a primeira estrofe e o início da segunda. Hoje na hora do almoço terminei.
Inicialmente pensei em adequar o soneto a todas as regras clássicas que lhe são próprias. Respeitei a estrutura de estrofes. Depois, já no final, preparando para fazer a escansão e pensando na quantidade de rimas “pobres” (como são classificadas no estudo da poesia) que ali estavam, decidi que deixaria era do jeito que estava. Foi assim que ele veio. Gostei muito de como está. Pronto. Não achei válido investir mais energia, neste caso, para adaptar à aos padrões clássicos se já estou satisfeito com ele assim e acho que é assim que deve ficar. Seguir padrão só para seguir não faz sentido algum.
Então, lá vai o humilde soneto que não é soneto pelo padrão clássico. Nada de novo, pois os modernos, no início do século passado, já quebraram todas as regras possíveis no intuito e tornaram com isso, possível que o padrão pelo padrão, sem intenção, seja quebrado, sem que críticas aconteçam...

A felicidade do Saber

Se entristecer subitamente, mesmo que só um pouco
Saberás imediatamente que, lá no fundo, eu sofro
Não porque minhas expressões corporais me delatam
Mas porque tu enxergas o fundo do meu coração

Para o cético, provavelmente, é coisa de louco
Limitação criada pelo acúmulo de certo mofo
Típica conseqüência da falta de utilização
Uma grande muralha para a mais pura percepção

Mas para nós que sentimos intensamente
E não negamos por não sabermos explicar
Temos nossos corações felizes a palpitar

Então, sem qualquer esforço da mente
Mesmo quando, por algum momento, carente
Encontro-me apaixonado, a te cantar

2 comentários:

Anônimo disse...

ô coisa mais meiga...
AMEI o soneto!

Se é que isso é possível, estou ainda mais apaixonada por você, meu lindo!!! :)

Mensageiros do Vento disse...

O poema passa verdade, e é lindo por isso!
Que bom que você não quis sacrificar a emoção autêntica em nome de um falso equilíbrio formal!
Acho a melhor classificação poética a que foi feita por Mário de Andrade: "há uma gota de sangue em cada poema".
Em seu poema há sangue, há vida, há poesia!
Parabéns por viver esse amor e por saber cantá-lo!!!