segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Como criamos nossas próprias barreiras II

O orgulho e o egocentrismo

Quando nos encontramos com excesso de confiança, o inverso do quadro abordado anteriormente, podemos cair em uma armadilha muito comum na história da Humanidade.
Há a grande possibilidade de nos encontrarmos cegos pela orgulho exacerbado que abre uma estrada direta e rápida para o egocentrismo sem freios.
É aquela idéia: “Sou invencível e tudo que importa no mundo sou eu. Se outros são fracos, então realmente não merecem a vitória. Eu, poderoso, por outro lado, sempre triunfarei...”.
Este obviamente é um exemplo de ápice da distorção de percepção que este sentimento perigoso pode causar. Seria um provável tirano, em qualquer tipo de grupo social. Seja na família, seja no comando de uma pátria.
Um exemplo mais fácil de encontrarmos e até mesmo de nos identificar em algum momento da vida é aquela idéia: “Eu me garanto. Os outros é que corram atrás do seu prejuízo. Eu estou correndo atrás do meu e sei que vou me dar bem porque sou sinistro e faço por onde”.
Independente do grau deste sentimento perigoso, entendo que ele, que por si só é uma barreira que criamos e que cria diversas outras.
Quando nos vemos com este tipo de cegueira, esquecemos totalmente do próximo e da importância de tudo e todos em nossas vidas. E aí, as conseqüências naturais podem ser fatais. Suas ações acabam por envenenar suas relações com o mundo, pouco a pouco e cada vez é mais difícil entender a importância da relação harmônica e amorosa com tudo que lhe cerca. Este é um exemplo de momento em que questionamentos como, “Este mundo é muito injusto comigo. Não entendo porque tenho tantos problemas”, podem acontecer. Aí, resta a esperança de que esta reflexão abra os olhos da pessoa aos poucos, mostrando caminhos para a felicidade.
É fácil identificar a barreira inicial que o orgulho causa, certo? O egocentrismo avançando, a falta de percepção para a importância de tudo e todos, a sensação de ilusória de onipotência. E daí, a indiferença, a raiva e até mesmo a inveja (obviamente outras limitações que criamos, que serão abordadas em próximos posts) das outras pessoas à sua volta acabam dificultando cada vez mais seu percurso. Uma reação natural da vida. Particularmente, acredito que vem com o intuito de tentar fazer a pessoa acordar para o caminho errado, assim como barreiras de madeira em uma estrada em construção que nos leva a um precipício. Difícil é entender os avisos, quando estamos entorpecidos. Interessante como até mesmo comportamentos negativos, limitadores da mesma forma, funcionam como oportunidades de evolução. Longe de serem os avisos mais adequados na minha opinião mas inquestionável que também servem mesmo. Até mesmo através de ações distorcidas, agressivas podemos encontrar uma semente para a mesma. Longe de ser o ideal é claro. Até porque estas ações negativas geram uma série de outras. Mas é impressionante pensar e perceber como o Universo se regula, não é mesmo? Acho que cabe aquela frase “A evolução pelo Amor ou pela dor...”. Acho que a opção da dor é mais ou menos o que a teoria do caos defende.
Voltando ao tema, acredito que a solução para o problema abordado neste post passa novamente por auto-conhecimento.
A partir do momento que sentimos (muito mais que entender racionalmente o conceito) a importância de tudo e todos para a Harmonia do mundo e passamos a tratar qualquer criatura ou coisa com grande amor, consideração e respeito, da mesma forma que a nós mesmos, não há espaço para orgulho.
Ainda, livres das vendas deste sentimento destrutivo, podemos reconhecer as limitações naturais que nossa percepção e raciocínio lógico geram e entendemos que o verdadeiro saber vem se “saltos” criativos e que independente de todo conhecimento intelectual que possamos absorver, a verdade está naturalmente em nós e podemos percebê-la sempre da maneira mais simples e intuitiva. É uma energia maravilhosa quede transborda em um fluxo constante através de nós e que nos leva ao sentimento de plenitude.
A partir daí, realmente não há orgulho.
Gosto de pensar em três frases de grandes mestres:
Sócrates foi considerado pelo Oráculo de Delphos como a maior sabedoria do mundo conhecido em sua época por sinceramente manifestar a sua percepção sobre as coisas à sua volta e seu funcionamento. “Só sei que nada sei”.
No século passado, recentemente e graças a Deus, muito bem documentado pelos registros históricos, o maior intelecto da Humanidade em sua época, Einstein, disse:

“O espírito científico, fortemente armado com seu método, não existe sem a religiosidade cósmica. Ela se distingue da crença das multidões ingênuas que consideram Deus um Ser de quem esperam benignidade e do qual tem o castigo _ uma espécie de sentimento exaltado da mesma natureza que os relações do filho com o pai _ um ser com quem também estabelecem relações pessoais, por respeitosas que sejam. Mas o sábio, bem convencido, da lei de causalidade de qualquer acontecimento , decifra o futuro e o passado submetidos às mesmas regras de necessidade e determinismo.A moral não lhe suscita problemas com os deuses , mas simplesmente com os homens.Sua religiosidade, consiste em espantar-se , em extasiar-se diante da harmonia das leis da natureza , revelando uma inteligência tão superior que todos os pensamentos humanos e todo seu engenho não podem desvendar , diante dela , a não ser seu nada irrisório.Este sentimento desenvolve a regra dominante de sua vida, de sua coragem , na medida em que supera a servidão dos desejos egoístas.Indubitavelmente, este sentimento se compara àquele que animou os espíritos criadores religiosos em todos os tempos.”

E também que poderia ficar dias e dias “queimando a mufa” na tentativa de achar a verdade universal através do conhecimento lógico e simplesmente achava cansaço e frustração. Porém, bastava relaxar e meditar tranquilamente que Ela aparecia naturalmente de forma clara. Prometo achar este texto na integra e colocar aqui depois.

Queria deixar claro que em hipótese alguma quero dizer com este texto que não temos mérito por nossas conquistas e que não devemos comemorá-las. Pelo contrário, acho extremamente importante reconhecermos cada pequena vitória nossa no dia a dia e é fundamental e natural nos sentirmos felizes por cada pequeno passo de nossa trajetória evolucional. Tanto nos momentos felizes quanto nos momentos difíceis e de tristeza, sempre temos algo para aprender, aproveitar, algo que devemos valorizar.

Também acho válido chamar a atenção para o fato de que o exemplo de sentimento negativo deste post é o extremo inverso do anterior, o que ressalta aquela máxima de que a virtude está no caminho do meio. Vale o ditado “nem tanto ao céu, nem tanto à terra”. Os extremos tendem a ser prejudiciais ao equilíbrio, principalmente se constantes ou freqüentes. Aliás, este é um raciocínio bem lógico, não?

Até o próximo post!
Aguardo comentários.
Acho que através deles podemos desenvolver melhor as idéias apresentadas, com a apresentação de outros pontos de vista e opiniões.

2 comentários:

Anônimo disse...

Eh isso, "intende"?!?!

Anônimo disse...

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